Análise de 20 amostras de pescados do Nordeste descarta risco para a saúde do consumidor, diz ministério
Estudo foi feito pela PUC-RJ a pedido do governo. Testes mostram baixo índice de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPA), considerado indicador de contaminação por petróleo.
Novas análises encomendadas pelo Ministério da Agricultura mostram que peixes, lagostas e camarões pescados no Nordeste são seguros para o consumo, já que apresentam níveis baixos da substância que poderia ser considerada um indicativo de contaminação por petróleo.
Os testes foram feitos a pedido do ministério pelo Laboratório de Estudos Marinhos e Ambientais (LabMAM) da PUC-RJ e divulgados nesta terça-feira (19).
Segundo a pasta, os valores de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs) encontrados em todas as 20 amostras testadas estão abaixo dos níveis de preocupação definidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Por isso, o consumo dos pescados não representa um risco para a saúde, apontou o ministério em nota.
A análise foi feita com peixes, lagostas e camarões coletados em 11 localidades de 4 estados (Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia e Pernambuco). Foram analisados seis tipos de peixes (Ariacó, Budião, Dourado, Garoupa, Pargo e Saramonete), dois tipos de lagostas (Verde e Vermelha) e dois de camarões (Rosa e Sete Barbas).
As manchas de óleo que atingem o litoral brasileiro já afetaram mais de 650 localidades, segundo o último balanço do Ibama, publicado nesta terça. Há registro de manchas de óleo nos 9 estados do Nordeste – Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe – e também no Espírito Santo. O óleo já atingiu quase 70% dos municípios do litoral nordestino desde o início do desastre, no final de agosto.
“Em geral, o óleo que estamos vendo é o que chamamos de óleo pesado, um material desgastado pelo tempo e parcialmente emulsionado. Por isso, os compostos de óleo leve, que são mais associados aos problemas na pesca, estão presentes em quantidades relativamente pequenas”, explica Mark Whittington, do ITOPF.
Para o analista, os principais impactos na pesca devem ocorrer por meio da contaminação de barcos pesqueiros e equipamentos de pesca.
“No entanto, a escala e a extensão dos impactos precisam ser confirmadas à medida que obtemos mais informações”, afirma.
G1